domingo, 5 de abril de 2009

Cangaço

(1870)


O cangaço tomou força no começo do século XX e os grupos atuavam em todo o sertão, foi um acontecimento social que produziu uma cultura ímpar, com indumentária, música, versos, dança e um jeito de ser bem característicos. Luiz Gonzaga tomou emprestadas essas características e absorveu essa cultura para se lançar no cenário da música brasileira. Os cangaceiros eram homens valentes que começaram a agir por conta própria, através das armas, desafiando grandes fazendeiros e cometendo agressões. Geralmente, os cangaceiros saíam da lida com o gado. Eram vaqueiros habilidosos, que faziam as próprias roupas, caçavam e cozinhavam, tocavam o pé-de-bode (sanfona de oito baixos) em dias de festa, trabalhavam com couro, amansavam animais, desenvolvendo um estilo de vida miliciano e, apesar da vida criminosa, eram muito religiosos. A astúcia e a ousadia nos ataques às fazendas e cidades era outra característica desses guerreiros, que quase sempre saíam vitoriosos das investidas, mas às vezes levavam desvantagem, por isso tinham uma vida cigana, de estado em estado, de fronteira em fronteira. Vestiam-se com roupas de tecido grosso, ou até com gibão, calçavam alpercata, usavam chapéus de couro com abas largas e viradas para cima, gostavam de lenços no pescoço, de punhais compridos na cintura, cartucheiras atravessadas ao peito disputando espaço com as cangas, que eram as bolsas, cabaças e outros suportes, utilizados para transportar os objetos pessoais.

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